domingo, 28 de fevereiro de 2010

Carnaval

Ah, carnaval, carnaval! A festa da carne! Como sempre acontece, fui convidado por várias escolas de samba, do Rio e São Paulo, para desfilar. Mas desta vez eu não aceitei. Deveria ter ido nas Rosas de Ouro, campeã após tantos anos! O tema era uma delícia: cholocate. Mas eu inventei de ir para o meio do mato.
Um carnaval bucólico, digamos... Ella, ella, essa é pra você, amor!
Mas eu devia saber o que me esperava quando vi uma placa indicando a direção do Rancho Fundo... No Rancho Fundo, bem pra lá no fim do mundo, onde e a dor e a saudade... (salve, salve, Chitão e Xororó!)
Mal chegava no meu destino, onde grandes amigos mineirinhos me aguardavam, quase capotei ao tentar desviar na estrada de terra de uma siriema desgovernada.
Finalmente me acomodei nos aposentos antigos, da antiga fazenda, tive mais uma surpresa do mundo animal: os gatos, com pelo arrepiado, cercavam um objeto não identificado. O tal objeto, que de longe parecia um pano molhado, nada mais era do que uma simpática cascavel que, de tão apática e sonolenta, devia ter acabado de comer.
Nem preciso dizer, meus amores, que fui dormir apreensivo, vasculhando os cantos, fiscalizando o teto, a procura de insetos estranhos, sapos, rãs, pererecas... Ah, porque não fui desfilar? Ah, os holofotes, a platéia...
Bem, no dia seguinte, após um bucólico banho de cachoeira... Bucólico, linda! Bem, após um bucólico banho de cachoeira, a pedido no dono da casa, fui pegar uns objetos que se encontravam dentro da primeira gaveta da cozinha mineira.
Ao enfiar minha mão dentro dela, senti algo peludo e quentido e quando terminei de abrí-la, PASMEM, um GAMBÁ!


Não era um bichinho simpático como aquele gambá charmoso e romântico do desenho animado, mas um animal acuado, feroz, mostrando seus dentes, prestes a cravá-los em quem fosse mexer com ele. Fora que poderia liberar seu cheiro característico.
Tive bucolismo demais para tão pouco tempo. No próximo carnaval, me encontrem na avenida!

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